20 de dezembro de 2010

Projecto Alecrim no Porto24

O Projecto Alecrim é o sótão dos nossos sonhos, mas sem pó

projecto alecrim2 sofiadeca O Projecto Alecrim é o sótão dos nossos sonhos, mas sem pó
Marita (à esq.) e Rita querem dar o exemplo. Fotos: Sofia de Eça
Velas em chávenas partidas, caderninhos feitos de despojos alheios, azulejos bem antigos vendidos avulso, molduras (serão manuelinas?) rosa choque com imagens mais velhas do que a Sé de Braga. O Projecto Alecrim é o sótão dos nossos sonhos – está lá tudo, mas sem pó.
Inaugurado na sexta-feira no n.º 28 da Travessa de Cedofeita, o Projecto Alecrim é um centro “anti-consumista”, conta Marita Simas, que, com a nora, Rita Dixo, criou o projecto. A ideia é recuperar todo o tipo de “lixo urbano”. “Renovar, reduzir, reciclar e reusar” é o mote.
Dentro da loja existe uma oficina, onde Marita e Rita se dedicam a produzir velas a partir de óleo de fritar ou a restaurar móveis. Aliás, se os comuns mortais passeiam pelas ruas e apreciam as montras, as duas sócias preferem voltar-se para outro lado. “Olhamos para os contentores do lixo e vemos coisas muito bonitas!”, diz Marita. Amigos e conhecidos também fornecem a matéria-prima necessária. E não só: “Muitas coisas vieram da Fábrica [de Cerâmica] do Fojo. Estavam para lá atiradas, não lhes achavam piada”, conta Rita.
Nem Marita, nem Rita têm a ver com a área (Marita saiu das Germânicas; Rita tirou Filosofia, o que a ajuda a “reflectir e pensar” nos objectos), mas sempre gostaram de bricolage. O projecto surgiu deste gosto pela estética, aliado à preocupação em conservar o passado e a natureza. “Queremos abrir os olhos das pessoas, ser um incentivo, um exemplo para poupar em casa”, explica Rita.
Num futuro próximo, gostavam de investir em sabonetes orgânicos e cosmética. Mas sempre “com uma perspectiva sustentável e ambiental”, salienta Rita. A porta está sempre aberta a objectos que precisem de uma nova vida e até a novas ideias que se enquadrem na filosofia do espaço.

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